PROÍBIDA A LIMPEZA COM JATO DE AREIA

19/03/2009 14:01:37
Uma portaria do Ministério do Trabalho proibiu o jateamento de areia - um procedimento comum nas grandes indústrias. Ele é apontado como uma das principais causas da silicose, uma doença incurável, que atinge cerca de dois milhões de brasileiros. Uma nuvem de poeira invade o galpão. Lá dentro, operário Antônio Rodrigues usa jatos de areia para limpar imensas peças de aço. Do lado de fora, mais poeira. A areia chega às mangueiras, impulsionada pelos compressores. O funcionário usa máscara e recebe oxigênio por um tubo com filtro - equipamento exigido pelo Ministério do Trabalho. Para reduzir custos, algumas empresas reutilizam a areia, o que causa mais danos à saúde. A areia chega mais grossa, mas vai ficando cada vez mais fina, fica mais tempo no ar e é mais fácil de ser respirada. O pó de sílica, no pulmão, é que causa a silicose. A silicose é uma doença que provoca a inflamação no pulmão, reduz a capacidade respiratória e pode levar à morte por asfixia. Segundo os médicos, o risco aumenta depois de cinco anos de trabalho com os jatos de areia. “É uma doença que é progressiva e que infelizmente leva a morte. Até hoje não existe nenhum tratamento contra a silicose”, diz Aírton Marinho, médico. Em 90 dias, as empresas terão que abandonar o uso do jateamento de areia. “A areia pode ser substituída por outros produtos sem necessidade de mudança do equipamento, produtos esses que inclusive dão reaproveitamento, o que a areia não dá. A areia você pode usar apenas uma vez”, explica Mário Parreiras Faria, auditor-fiscal.

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Escrito por: REPORTAGEM DIVULGADA NO JORNAL NACIONAL EM 10 DE OUTUBRO DE 2004