Histórico
A fazenda chamada de Morada Nova localizada perto do rio Banabuiú, pertencente ao alferes José de Fontes Pereira de Almeida, abastado proprietário da região, representa o núcleo onde se desenvolveu e progrediu o povoado de Morada Nova, topônimo adquirido da própria fazenda. O alferes José de Fontes, juntamente com seu irmão, capitão Dionísio de Matos Fontes, morador das margens do mesmo rio, cerca de dois quilômetros abaixo, requereu licença para a construção de uma capelinha dedicada ao Divino Espírito Santo, a qual lhe foi concedida pela Provisão de 2 de agosto de 1831, de D. João da Purificação Marques Perdigão, Bispo de Pernambuco. Séria divergência surgiu entre os dois irmãos, quanto ao local em que deveria ser construída a capela, cada um inclinado a edificá-la por meio de votação, finda a qual ficou escolhido por maioria de votos, o local pretendido pelo alferes José Fontes. A primeira pedra da edificação, foi benta pelo vigário de São Bernardo das Russas, o então Padre Joaquim de Paula Galvão, no dia 4 de setembro de 1833. O povoado de Morada Nova tomou corpo e se desenvolveu em torno dessa capelinha. Para constituição do patrimônio da referida capela, o alferes João de Fontes Pereira de Almeida e sua mulher, D. Ana Teresa de Jesus Gondim doaram, por escritura de 1º de janeiro de 1834, terras no Sítio Morada Nova, sendo doze e meia braças para cada lado da capela. A 29 de dezembro do mesmo ano, o Escrivão de Paz José Roberto Fontes registrou em seu cartório, no círculo da capela do Divino Espírito Santo, termo da vila de São Bernardo das Russas, comarca de Aracati, outra escritura de doação de trezentas braças de terras, no sítio Bento Pereira, para aumento do patrimônio da capela do Divino Espírito Santo. Foram doadores dessa última o alferes João de Fontes e sua mulher; Capitão Dionísio de Matos e sua mulher, D. Maria Francisca Gondim, José Felipe Santiago e sua mulher, D. Francisca Xavier do Espírito Santo e outros mais.
A paróquia do Divino Espírito Santo foi criada pela Lei N° 1.561, de 09/09/1873, tendo o Padre Francisco Álvares Teixeira Lima, como seu primeiro vigário.
Com o passar dos anos a cidade de Morada Nova cresceu, evoluiu. Assim mesmo o seu povo mantém tradições que jamais deixaram de comemorar com muito fervor, naquilo que diz respeito a devoção do Divino Espírito Santo e o respeito à figura do vaqueiro.
A fé religiosa e a tradição cultural fazem da Festa do Divino - no domingo de Pentecoste- e da Festa do Vaqueiro , em 11 de junho de cada ano, os principais eventos de seu calendário festivo.
Gentílico: morada-novense
Formação Administrativa
O distrito de Espirito Santo (hoje Morada Nova) foi criado com subordinação ao município de São Bernado das Russas, pela Lei Provincial N° 1.561, de 09/12/1873.
A elevação desse distrito à categoria de vila, com a mesma denominação de Espírito Santo, deu-se através da Lei Provincial N° 1.719, de 02/08/1876, fato esse que marcou o seu desmembramento do território do município de São Bernardo de Russas. A solenidade de sua instalação ocorreu no dia 07/01/1877.
Pela Lei N° 107, de 20/09/1893, a vila de Espírito Santo sofreu alteração em sua denominação, passando a chamar-se decisivamente de Morada Nova.
Por sua vez a elevação à categoria de cidade, somente aconteceu no dia 03/11/1925, com a publicação da Lei N° 2.336, e realizando -se a instalação no dia 06/01/1926.
Sua configuração política, atual, conta com oito distritos: Morada Nova (sede), Aruaru, Boa Água, Juazeiro de Baixo, Lagoa Grande, Pedras, Roldão, e Uiraponga.
O distrito de Boa Água foi criado por Ato Legislativo de 12/04/1913.
O distrito de Aruaru, antes Chamado Pirangi, foi estabelecido pelo Decreto-lei N°1.156, de 04/12/1933.
Os distritos de Juazeiro de Baixo, Pedras e Roldão foram criados, conjuntamente, pela mesma Lei Estadual N° 1.153, de 22/11/1951.
O distrito de Uiraponga foi instituido pelo Decreto-lei N° 1.156, de 04/12/1933, com o nome de Livramento. Por um outro Decreto-lei N° 1.114, de 30/12/1943 ocorreu a mudança de topônimo, passando a chamar-se de Uiraponga. Esse distrito Já teve caráter de município, através da Lei Estadual n° 6.959, DE 19/12/1963,mas logo sendo extinto pela Lei Estadual N° 8.339, de 14/12/1965, antes mesmo de ser instalado.
O distrito de Lagoa Grande foi criado pela Lei N° 11.417, de 04/01/1988.
Alterações toponímicas municipais
Espírito Santo de Morada Nova para Espírito de Morada Nova alterado, pela lei nº 107, de 20-091893.Espírito de Morada Nova para simples Morada Nova alterados pelos decretos estaduais nº 193, de 2005-1931 e 1156 de 04-12-1933.
Fonte: IBGE - Enciclopédia dos Municípios Brasileiros Pelosi Falcão, Márlio Fábio Ciará Terra do Sol - Genealogia e Toponímia dos Municípios Cearenses, Fortaleza; Gráfica Folha - 1999 Sampaio Filho, Dorian História dos Municípios do Ceará, Fortaleza; RBS editora - 2003
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