Rio Grande do Sul - RS
Histórico
A região onde se ergue Porto Alegre era primitivamente habitada pelos indígenas tapes minuano.
São considerados marcos históricos da colonização, as sesmarias São José, pertencente a Sebastião Francisco Chaves; Nossa Senhora de Santana, propriedade de Jerônimo de Ornelas de Menezes de Vasconcelos; e São Gonçalo, de Dionísio Rodrigues Mendes. Destas, a que realmente representou o ponto inicial da capital gaúcha foi a de Jerônimo de Ornelas, iniciador do povoamento, que em 5 de novembro de 1740 recebeu carta de doação assinada por Gomes Freire de Andrada, em nome do Rei de Portugal.
Às margens do Rio Guaíba, nas terras em que Jerônimo de Ornelas, em 1732, estabeleceu sua fazenda de criação de gado e pouso, surgiu pequeno ancoradouro utilizado pelas embarcações que atendiam a recem fundada povoação de Capela Grande do Viamão, razão pela qual ficou o povoado conhecido como Porto de Viamão. A magnífica localização geográfica do ancoradouro representou fator decisivo para o acelerado desenvolvimento daquele povoado.
Em Edital de agosto de 1742, Dom João, Rei de Portugal, ante a insistência do Brigadeiro José da Silva Paes, consentiu a emigração açoriana para o Brasil. Em 1745 teve início o alistamento dos que tentariam a promissora aventura, sendo que ao Rio Grande do Sul, contudo, em decorrência das constantes lutas entre luso-brasileiros e espanhóis, estava vedada a entrada de casais açorianos.
Ao ser firmado o Tratado de Madrid de 1750, foi ordenado ao Governador de Santa Catarina, Manoel Escudeiro de Souza, que mandasse para Porto de Viamão uma leva dos casais que estavam para chegar ao Brasil.
Contrariando as ordens recebidas e desejando ser agradável ao Rei, o Governador Manoel Escudeiro determinou o embarque imediato de casais que já estavam radicados na Vila do Desterro, atual Florianópolis. Aportaram eles no Rio Grande do Sul, nos últimos dias de abril de 1751.
No fim de 1751, com a chegada de nova leva de casais ao Desterro, o Governador selecionou 60 deles, com cerca de 300 pessoas, e os fez embarcar para o Rio Grande do Sul, cumprindo assim as determinações reais. Estes casais, chegaram ao Porto de Viamão em janeiro de 1752 e foram levados às suas terras já delimitadas no Morro de Santana e arredores.
Entretanto, devido a escasses de água no local, os casais ali não quiseram ficar e pouco a pouco foram se instalando pelas imediações do Porto de Viamão, que passou a ser conhecido, então, pelo nome de Porto dos Casais.
São Francisco foi escolhido como padroeiro da nova povoação, daí a razão da localidade ser também conhecida como Porto de São Francisco dos Casais.
Mais ou menos em junho de 1752, com a chegada de mais casais açorianos, por ordem de Gomes Freire de Andrada, parte destes casais seguiu para o Porto de Viamão, reunindo-se aos 60 casais vindos em janeiro do mesmo ano.
Em 19 de novembro de 1752, sessenta milicianos paulistas, pertencentes a tropa do Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, chegaram ao Porto dos Casais para dar assistência aos habitantes. Foi essa a primeira tropa que se instalou em Porto Alegre, após a chegada dos casais açorianos. Junto com os milicianos veio um capelão militar, da Ordem Carmelita, Frei Faustino Antônio dos Santos Alberto Silva, para assistir espiritualmente aos moradores do povoado.
Ainda em 1752, em virtude da necessidade de instalação dos casais açorianos, as terras pertencentes a Jerônimo de Ornelas foram desapropriadas, tendo ele se retirado para Triunfo, onde fundou o povoado de Bom Jesus do Triunfo.
A ocupação da Colônia de Sacramento, em 1762, pelos espanhóis, e a queda da Vila de Rio Grande, nas mãos de Dom Pedro Zeballos, em 1763, contribuíram para o crescimento do Porto dos Casais, com a vinda dos colonos daquelas localidades. O aumento da população propiciou o desenvolvimento.
Em 1773, o Governador do Rio Grande do Sul, Coronel José Marcelino de Figueiredo, pelo Aviso de 24 de julho, por Ordem Real, transferiu para o Porto dos Casais a Sede do Governo, que se achava instalada na Capela Grande do Viamão, desde a ocupação da Vila do Rio Grande por Zeballos.
Neste mesmo ano, foi mudado o orago de São Francisco para Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, sendo a Freguesia elevada à categoria de Paróquia, e substituído o nome de Porto dos Casais pelo de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, mais tarde simplesmente Porto Alegre.
O Alvará de 23 de agosto de 1808 e a Resolução Régia de 7 de outubro de 1809, elevaram a povoação à categoria de Vila, verificando-se a instalação em 11 de dezembro de 1810.
Porto Alegre tornou-se sede da Capitania de São Pedro do Rio Grande e cabeça de Comarca, sob a denominação de Comarca de São Pedro do Rio Grande e Santa Catarina, por Alvará de 16 de dezembro de 1812.
A 26 de abril de 1821, ocorreu rebelião na cidade, pois a Câmara Municipal desobedecendo a Constituição Portuguesa, que determinava a criação de governos especiais de até 7 membros, elegeu autêntico governo ministerial. A nova junta, eleita a 22 de fevereiro de 1822, governou até o dia 8 de março.
A 14 de novembro de 1822, por Decreto de D. Pedro I, a Vila de Porto Alegre foi elevada à categoria de Cidade, "com todos os foros e prerrogativas das outras cidade do Império".
O primeiro órgão da imprensa, o "Diário de Porto Alegre", surgiu em 1827, fase de grande agitação política, tendo servido de porta-voz do espírito despótico do Brigadeiro Salvador José Maciel, Presidente da Província acarretando com isso sérias questões e atritos políticos. Seguiu-se ao "Diário de Porto Alegre" o "Constitucional Rio-Grandense".
A 20 de setembro de 1835, iniciou-se a Revolução Farroupilha, chefiada pelo General Gonçalves da Silva. Na madrugada daquele dia, na antiga "Ponte da Azenha", travou-se o primeiro combate do movimento revolucionário, tendo os rebeldes farroupilhas ocupado no dia seguinte a Cidade de Porto Alegre, chefiados pelos coronéis José Gomes de Vasconcelos Jardim e Onofre Pires da Silveira. No dia 25, entrava solenemente na cidade o General Bento Gonçalves da Silva, e a Câmara Municipal e a Assembléia Provincial Legislativa deram posse ao novo Presidente, Dr. Marciano Pereira Ribeiro.
Com a Revolução Farroupilha, proliferaram órgãos da imprensa verrineira e desaforada, tais como: a "Idade do Ouro", "O Inflexível", "O Mestre Barbeiro", "O Eco Porto Alegrense", "O Receptador Liberal", entre outros. Concomitante ao florescimento do jornalismo, outras atividades culturais tomaram vulto.
Porto Alegre esteve sob o domínio revolucionário até 15 de junho de 1836, quando o legalista Major Manoel Marques de Souza, mais tarde Conde de Porto Alegre, conseguiu retomar a Cidade.
Em novembro de 1841, recebeu a Câmara Municipal o Decreto nº 103, de 19 de outubro, dando a Capital da Província de São Pedro o título de "Cidade Leal e Valorosa", em memória dos feitos de 1836, quando os legalistas imperiais retomaram a Cidade ocupada pelos revolucionários.
A 3 de outubro de 1930, irrompeu em Porto Alegre, uma revolução chefiada por Getúlio Vargas, que rapidamente se alastrou por todo o país. Vitoriosa a 24 do mesmo mês, marcou a derrubada da Primeira República.
Gentílico: porto-alegrense
Formação Administrativa
A Provisão Régia de 26 de março de 1772, desmembrando o Porto dos Casais da Capela Grande do Viamão, criou a freguesia do Porto dos Casais e anexou Viamão a nova freguesia. O povoado foi elevado a categoria de Vila, por Alvará de 23 de agosto de 1808.
A vila ganhou foros de cidade em 23 de novembro de 1822, por força de Carta de Lei de 14/11/1822, que erige em cidade a vila de Porto Alegre, capital da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, com a denominação de Cidade de Porto Alegre.
Fonte: IBGE
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