ASPECTOS HISTÓRICOS
FORAM os jesuítas os primeiros desbravadores da área em que se situa o Município de Santo Ângelo, ao tempo em que a região estava compreendida nos domínios espanhóis. Coube ao padre Roque Gonzales, mais tarde morto pelos nativos, transpor o Uruguai em 1626, e iniciar o estabelecimento de reduções para catequese dos indígenas. Depois de sua morte em 15 de novembro de 1628, outros jesuítas continuaram a obra, chegando a fundar até 1634, dezoito reduções, à margem esquerda do rio Uruguai.
Todas essas reduções foram, no entanto, arrasadas pelos bandeirantes entre 1636 e 1638. Tempos depois, os mesmos religiosos fundaram os Sete Povos das Missões, entre os quais o último deles, Santo Ângelo Custódio, em 12 de agosto de 1706, entre os rios Ijuí e Ijuizinho, com 737 famílias compostas por 2879 pessoas. Seu fundador foi o Padre Diogo de Hase.
Os Sete Povos das Missões foram dirigidos e governados pelos jesuítas até 1769, isto é, até a expulsão dos padres dos domínios espanhóis. Haviam, sob esse regime, alcançado notável desenvolvimento nas industrias e nas artes.
Santo Ângelo se destacou como grande produtor e maior exportador de Erva-Mate e também como maior produtor de algodão entre os sete povos.
Com a retirada dos religiosos, as povoações entraram em decadência, motivada principalmente pelos maus tratos que os administradores dispensavam aos índios, restando desse período apenas a tradição histórica concretizada nas ruínas da majestosa catedral de são Miguel e no museu ali localizado, onde se encontram as imagens, pedras lavradas, etc. as quais foi possível resgatar.
Com o fito de conquistar o Território das Missões e incorpora-lo ao domínio português, José Borges de Canto, em 1801 entrou em São Miguel, localidade pouco distante da atual sede do Município, de onde exigiu a rendição de São João e Santo Ângelo. Consolidada a conquista, ficou o agrupamento quase abandonado: o Recenseamento de 1803 atribuía a todo o território missionário população de apenas 7.951 pessoas.
Com a invasão de Frutuoso Viana, em 1828, foram as reduções saqueadas e destruídas, ficando Santo Ângelo e os outros Povos à mercê de aventureiros em busca de imaginários tesouros que teriam sido ali deixados pelos padres da Companhia de Jesus.
A situação não se modificou até 1831, quando Francisco de Paulo e Silva, em busca de vestígios de antigas estradas jesuíticas, conseguiu sesmarias na região, juntamente com Antônio Manuel de Oliveira, Bento Barbosa e outros.
Santo Angelo, portanto, pertencente à denominada Província de Missões, foi anexada a Porto Alegre e após, respectivamente, fez parte de Rio Pardo (1809), Cachoeira do Sul (1822) e de Cruz Alta (1834).
Com o aumento da população, foi a localidade elevada à categoria de freguesia, em 14 de janeiro de 1857. Em 1873 já era vila sendo a Câmara instalada no ano seguinte. Data dessa época a organização metódica da vida comunal.
Formação Administrativa - O DISTRITO de Santo Ângelo deve sua criação a Lei provincial n.º 335, de 14 de janeiro de 1857, confirmado pelo Ato municipal n.º 9, de 10 de fevereiro de 1901.
A Vila surgiu em 22 de março de 1873, conforme Lei provincial n.º 835. Suas terras foram desmembradas dos municípios de Cruz Alta e São Borja. A instalação se deu em 31 de maio ou de dezembro de 1874. Pela divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Município compunha-se de 5 distritos: Santo Ângelo, Santa Rosa, São Miguel, Santa Tecla e Giruá.
Por ocasião do Censo de 1950, possuía 9 distritos: Santo Ângelo, Catuípe, Coimbra, Entre Ijuís, Giruá Independência, Inhacorá, São José do Inhacorá e São Miguel das Missões.
A partir de 1954, passou a ser desmembrado para a formação de novos municípios: assim é que em 1954 perdeu os distritos de São José do Inhacorá e Independência em 1955, o de Giruá. Chegou ao Censo de 1960 com os distritos de Santo Ângelo, Catuípe, Coimbra, Entre Ijuís, Inhacorá e São Miguel das Missões. Após 1960, sofreu redução dos distritos de Catuípe, Inhacorá e Chiapeta e ganhou os de Eugênio de Castro e Vitória.
No Censo de 1970, figurou com os distritos de Santo Ângelo Buriti, Coimbra, Entre Ijuís, Esquina Gaúcha, Eugênio de Castro, São Miguel das Missões e Vitória, com uma área de 3700 quilômetros quadrados. Em 1982, perdeu parte da área do distrito de Coimbra, para a formação do município de Jóia. Em 1988, perdeu os distritos de Entre-Ijuís, Eugênio de Castro, São Miguel das Missões e Coimbra, que se emanciparam (exceto Coimbra, que passou a pertencer a São Miguel das Missões). Em 1992, emancipou-se o distrito de Vitória, sendo criado o município de Vitória das Missões.
Hoje Santo Ângelo possui 681 quilômetros quadrados, localizados à margem direita do Rio Ijuí, tendo como limítrofes os municípios de Catuípe, Entre-Ijuís, Giruá, Guarani das Missões, Sete de Setembro e Vitória das Missões.
Fonte: IBGE
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