ASPECTOS HISTÓRICOS
Dois séculos após a descoberta do País, no sul, enquanto o litoral ia sendo explorado, o planalto permanecia desconhecido; era apenas o sertão selvagem, atravessado de longe em longe por alguns poucos exploradores destemidos. Só na segunda metade do terceiro século é que se levantou a primeira povoação no planalto: Lajes (1766). Vencida a barreira natural - a serra do Mar - lançaram-se fundações no sertão, permanecendo longo tempo isoladas. O homem do litoral dedicou-se à agricultura e ao comércio, e o do planalto ao pastoreio, só muito mais tarde este ampliou o campo de suas atividades, ao dedicar-se também à extração do pinho e do mate.
O comércio de gado, de paulistas e mineiros, com estancieiros do Continente do Rio Grande de São Pedro, veio animar o povoamento da região dos Campos de Lages, elo natural da estrada "que corria pelo planalto, paralela ao litoral, e que partindo de Sorocaba (São Paulo), se internava pelos campos gerais do sul da Capitania", hoje territórios paranaense e catarinense.
Desconhece-se, todavia, quem devassou o território e iniciou a colonização. O certo é que Francisco de Sousa Faria, ao abrir a chamada estrada dos Conventos (1728), por ordem do governador da Capitania de São Paulo, Antônio da Silva Caldeira Pimentel, encontrou o caminho assinalado por inúmeras cruzes, fazendo supor haverem os jesuítas já atingido aquelas paragens em sua missão de catequese.
Administrativamente, o Município e a vila de Lajes foram criados pela Carta Régia de 26 de janeiro de 1765 (comemora-se este ano o segundo centenário), à que o Governador da Capitania de São Paulo, Luís Antônio de Sousa Botelho, morgado de Mateus, a 9 de julho de 1766, deu execução oficial, incumbindo o guarda-mor Antônio Correia, nomeado na ocasião capitão-mor regente do sertão de Curitiba, de erguer a vila na paragem denominada Lajes, onde já existiam muitos moradores, estabelecidos com fazendas de criação .
Correia Pinto chegou à região de Lajes, a 22 de novembro de 1766, e deu início à construção de uma capela, na chapada do Cajuru, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres Esse primeiro núcleo, por não oferecer os recursos naturais necessários à subsistência de seus povoadores, foi logo abandonado. O segundo ponto escolhido também não foi o definitivo. O terreno propício foi encontrado nas adjacências do rio Caveiras, onde se estabeleceu, por fim, a vila projetada, em 22 de maio de 1771, com o nome de Nossa Senhora dos Prazeres de Lajes.
Irrompida no Continente do Rio Grande de São Pedro a luta entre Espanha e Portugal, transitou, em 1777, pelos campos de Lajes um corpo de exército, vindo de São Paulo e se dirigindo para as fronteiras do sul. Para aliviar a pressão militar luso-brasileira contra suas forças em ação no Continente, a Espanha promoveu a invasão da ilha de Santa Catarina. O Tratado de Santo Ildefonso (1771), contudo, devolveria a ilha aos portugueses, desocupando os espanhóis a mesma em 1778.
A ocupação da ilha de Santa Catarina pelos espanhóis fez com que o governo colonial cogitasse da construção de uma estrada para fins militares. do planalto, em Lajes, ao litoral catarinense, para melhor enfrentar a ameaça de invasão espanhola ou incursões de piratas de outras nações. Assim, em 1787, O governador da Capitania de Santa Catarina, cumprindo ordens do vice-rei D. Luís de Vasconcelos, ordenou a construção de uma estrada entre São José (Desterro) e a vila de Lages, encarregando da obra o alferes, depois capitão, Antônio José. da Costa estrada cujo traçado perfeito seria aproximadamente a mesma construída, um século mais tarde (em 1888), pelo engenheiro militar, Augusto Fausto de Sousa.
Em 1820, O Município de Lajes passou a integrar a Capitania de Santa Catarina, tornada autônoma da de São Paulo.
A 14 de dezembro de 1839, no passo de Santa Vitória, as forcas farroupilhas de Garibáldi derrotaram as do coronel Francisco da Cunha Xavier, dominando a vila de Lajes. Em janeiro do ano seguinte, no campo das Farroupilhas, o exército legal do coronel Antônio de Melo e Albuquerque desbaratou as hostes rebeldes. A desocupação de Lages só se verificou. no entanto, em fevereiro de 1841.
Formação Administrativo O MUNICÍPIO foi instalado como vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lajes, a, 22 de maio de 1771. O Decreto provincial nº 500, de 25 de maio de 1860, elevou a vila à categoria de cidade.
Atualmente, o Município é constituído de três distritos: Lajes (sede), Índios e Santa Teresinha do Salto.
A comarca de Lajes, criada pela Lei provincial n.º 444, de 24 de março de 1858, extinta em 1865 e restaurada em 15 de março de 1866. foi elevada à 2.ª entrância em 1891 (Lei estadual n.º 11 de 28 outubro) e à 3.ª, em 1922 (Lei estadual n.º 1384, de 23 de setembro).
Gentílico: Lageano.
Padroeira: Nossa Senhora dos Prazeres.
Eventos: Festa Nacional do Pinhão, Festa do Lambari.
Pontos Turísticos: Catedral Diocesana, Hotéis Fazenda e de Turismo Rural, monumentos históricos, Morro da Cruz, Parque Ecológico, Museus, Parque Jonas Ramos, Salto Caveiras.
Fonte: IBGE
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