Histórico:
A origem do município de Canas inicia-se mais precisamente no dia vinte e oito de junho de 1887, quando a primeira leva de imigrantes vindos da Itália, desembarca no município de Lorena, em busca de melhores condições de vida.
Os imigrantes italianos fixam residência inicialmente no núcleo de Caninhas.
Primeiramente, ao chegarem ao Brasil, recebem propriedades territoriais doadas por decreto do Imperador Dom Pedro II, para que fossem desbravadas e exploradas. Estes lotes de terra praticamente virgens e inexplorados distavam cerca de oito quilometros do centro de Lorena.
O primeiro núcleo da colônia possui o nome de Caninhas (hoje um bairro do município de Canas), devido a qualidade da cana-de-açúcar plantada no local, a crenolina, um tipo habitualmente mais fino do que as outras qualidades plantadas em outros locais da colônia.
Os imigrantes assinavam um contrato por cada lote de terra doada (na época o valor destes lotes girava em torno de 400.000 mil réis cada um), sendo estipulado um prazo de quatro anos para que a dívida fosse quitada. Com o integral cumprimento do contrato e seu término, os imigrantes adquiriam o direito de plantarem o que quisessem.
Além da lavoura de cana-de-açúcar, cuja produção abastecia o Engenho Central de Lorena, plantavam para sua subsistência e de sua família, produtos como arroz, feijão, batata e vários tipos de verduras.
Os primeiros imigrantes ao chegarem não encontraram uma terra já pronta para ser arada, mas sim rincões selvagens que precisavam ser desbravados. Por causa disso muitos não se adaptavam e acabavam por retornar à Itália, permanecendo somente aqueles já acostumados com as agruras de se manter uma lavoura.
Alguns dos sobrenomes de famílias de imigrantes italianos que fixaram residência em Canas: Giordani, Bellini, Sacilotti, Favalli, Marton, Ligabo, Ultramari, Albarello, Guarisse, Bortolacci, Barsotti e Canetieri.
Após a chegada das famílias de imigrantes italianos desembarcarm também, em Canas, famílais de imigrantes portugueses de sobrenome Andrade e Livramento, além da família de imigrantes belgas de sobrenome Bronchaim.
A falência do Engenho Central de Lorena decretou praticamente o fim do monopólio da cultura da cana-de-açúcar na Colônia de Canas, o que obrigou os colonos a diversificarem a produção agrícola.
Foi nessa época que começou a se sobressair o plantio de arroz, produto que mais tarde se tornaria o principal motor econômico da colônia, e o é ainda hoje. A produção de arroz passou a ser comercializada com o produto sendo vendido socado no pilão.
Os imigrantes, particularmente os italianos, trouxeram hábitos alimentares e culturais tais como: a produção caseira e o consumo de macarrão, o pão caseiro, o hábito de produzir e beber vinho e um bolinho frito feito à base de trigo e ovos chamado de hatugue. Entre os hábitos culturais herdados estão as festas em homenagem a Santo Antônio realizadas de três em três meses, um jogo de cartas denominado de truco, além da celebração de missas dominicais às oito horas da manhã, na qual eram servidos logo após, café com pão e manteiga, hábito que até hoje de observa no bairro de Caninhas.
No ano de 1904 foi iniciada a construção da igreja de Caninhas, tendo como santo padroeiro, Santo Antônio. Mais tarde inicou-se a construção da igreja de Nossa Senhora Auxiladora, no centro de Canas, cuja festa é comemorado no último domingo do mês de maio.
Foi o Comendador Francisco de Paula Vicente de Azevedo, também conhecido como Barão da Bocaina, o grande incentivador para que fossem implementados esses núcleos rurais agropecuários no Vale do Paraíba, particularmente os núcleos rurais da Colônia de Canas em Lorena e da Colônia do Piagüí em Guaratinguetá.
Com o passar do tempo Canas foi evoluindo, passando de Núcleo Colonial Agrícola em 1890, para bairro, distrito em 1964 e finalmente município emancipado de Lorena em 1993.
No ano de 1960, o então baiiro de Canas elegeu seu primeiro representante na Câmara Municipal de Lorena, o vereador Sr. João Neri Marton.
Posteriormente na legislatura dos anos de 1963 a 1967 foi eleito o vereador Sr. Artur Domingues Quintas, reeleito para a legislatura compreendida entre os anos de 1968 a 1972.
No dia vinte e oito de fevereiro de 1964 é criado o distrito de Canas, no município de Lorena, ano que também marcou o iníco do movimento de luta pela emancipação do então distrito.
Anos mais tarde foi eleito vereador o Sr. Valderez Gomes de Lucena, que representou o distrito de Canas, na legislatura compreendida entre os anos de 1989 a 1992 e também na legislatura compreendida entre os anos de 1993 a 1996.
No dia 22 de março de 1992, foi realizado um plebiscito popular em que os moradores do então distrito optaram pela emancipação do distrito . O então representante do distrito de Canas na Câmara Municipal de Lorena, vereador Valderez Gomes de Lucena foi eleito Presidente da Frente Distrital Paulista de Emancipação, após o plebiscito.
No dia trinta de dezembro de 1993, o Governador Luíz Antônio Fleury Filho assinou a lei nº 8550 que tornou definitiva a emanciapação do distrito de Canas do município de Lorena. No ano de 1996 o Sr. Rynaldo Zanin foi eleito o primeiro prefeito da agora cidade de Canas, tomando posse a partir do dia primeiro de janeiro de 1997.
ORIGEM DO NOME: CANAS
O nome do atual município de Canas deriva de uma fazenda denomimada Fazenda das Canas, de propriedade do alferes Francisco Ferreira dos Reis, que teve suas terras desapropriadas pelo governo a fim de que fossem implantados assentamentos para famílias de imigrantes (particularmente italianos), para a produção da cana-de-açúcar.
Gentílico: canense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Canas, por lei estadual no 8092, de 28-02-1964, sobordinado ao município de Lorena. Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o distrito de canas figura no município de Lorena.
Elevado à categoria de município com a denominação de Canas, por lei estadual no 8550, de 30-12-1993, desmembrado de Lorena. Sede no antigo distrito de Canas. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997.
Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-V-2001.
Fonte: IBGE
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